Voltar para notícias
Flamengo é condenado a indenizar ex-segurança do Ninho

Flamengo é condenado a indenizar ex-segurança do Ninho

Em uma decisão proferida pela Justiça do Trabalho, o Clube de Regatas do Flamengo foi sentenciado a compensar Benedito Ferreira, ex-funcionário que desempenhou papel crucial no socorro às vítimas do trágico incêndio ocorrido no Ninho do Urubu em fevereiro de 2019. Este incidente resultou na perda de dez promissores atletas da base do clube. Ferreira, que prestou seus serviços como segurança desde 2008, foi desligado da instituição em 2022.

A sentença estabelece que o Flamengo deve reintegrar Ferreira ao seu quadro de colaboradores num prazo máximo de cinco dias, sob risco de imposição de multas caso descumpra a ordem judicial. Além disso, a indenização determinada pelo juiz varia entre R$100 mil e R$500 mil por danos morais e materiais, respectivamente, acrescida de uma pensão vitalícia até que o ex-segurança complete 78 anos de idade.

O processo judicial revelou que o afastamento de Ferreira não foi devidamente comunicado ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), uma omissão que se tornou uma das principais queixas apresentadas por ele. Um aspecto alarmante do caso é o estado de saúde de Ferreira, diagnosticado com transtorno depressivo, transtorno de adaptação e transtorno de pânico, condições estas agravadas por ideias suicidas, conforme indicado pelo laudo pericial. Este cenário sublinha a seriedade das repercussões psicológicas enfrentadas por ele após o incidente.

O laudo também aponta que Ferreira se encontra "inapto com restrição" para retomar suas atividades anteriores ou quaisquer outras semelhantes, evidenciando a perda de sua capacidade laboral original. A demissão, segundo a justiça, configurou-se como um ato ilícito por parte do Flamengo, dado que o clube estava ciente das condições médicas do funcionário no momento do desligamento.

O departamento jurídico do Flamengo informou que está analisando a decisão e ponderando os possíveis recursos. Este caso reacende discussões sobre a responsabilidade das organizações em assegurar o bem-estar de seus colaboradores, especialmente aqueles que passam por situações traumáticas durante o exercício de suas funções. Enquanto o clube prepara sua resposta ao veredito, a comunidade esportiva e os defensores dos direitos dos trabalhadores observam atentamente, esperando que este caso estabeleça um precedente importante para futuras práticas de gestão de recursos humanos no esporte.

Comentários

Comentários