## Tragédia no Ninho: Justiça absolve acusados no caso do incêndio que vitimou jovens do Flamengo
Em decisão que reacende a dor e a indignação, a Justiça do Rio de Janeiro ilibou todos os réus acusados de responsabilidade no incêndio de 2019 no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. O trágico evento vitimou dez jovens atletas, com idades entre 14 e 16 anos, que dormiam em um alojamento improvisado feito de contêineres.
A investigação apontou um possível curto-circuito em um ar-condicionado ligado ininterruptamente como causa do incêndio. Contudo, o juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal, considerou as provas "insuficientes" para comprovar a culpa individualizada dos acusados, alegando "dúvidas incontornáveis quanto à origem da ignição".
Inicialmente, onze pessoas foram acusadas em 2021, mas o processo seguiu contra sete réus, agora absolvidos. A punibilidade do então presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, foi extinta pela prescrição do caso.
A Associação de Familiares das Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu manifestou "profundo e irrevogável protesto" contra a decisão, ressaltando o sentimento de impunidade e o enfraquecimento da proteção a jovens em entidades esportivas.
Até o momento, o Clube de Regatas do Flamengo não se pronunciou sobre a decisão judicial. A tragédia, que completa seis anos em 2025, segue sem responsáveis criminalmente punidos, deixando em aberto feridas profundas na comunidade rubro-negra e na sociedade brasileira.
